domingo, 4 de dezembro de 2011

Estreia das amas de fibra de vidro do caiaque CD00

Hoje o José Francisco e o Flávio, construtores do caiaque a vela CD00, vieram a Ribeirão Pires estrear as amas de fibra de vidro.
Eles insistiram que eu fizesse as honras, então após a montagem subi no caiaque e fui buscar o vento, no inicio parecia que teríamos mais um domingo sem vento, quase frustrante, após algumas manobras retornei à margem para que o Francisco fosse dar uma volta, que também foi com ventos fracos.
Em seguida o Flávio sentou no cockpit e logo o vento se manifestou, aí foi só alegria, tivemos boas rajadas, o Flávio retornou e eu fui experimentar o barco com ventos melhores, foi muito divertido, o barco realmente ficou mais ágil, as amas têm excelente flutuabilidade, mesmo com vento de través as amas não afundam totalmente, cortando a água e deslizando, pude também testar a buja, que apesar de ser pequenina, fez uma diferença enorme, quando eu peguei o jeito de posicioná-la percebi que ela ajuda muito na velocidade, o barco está muito estável, a bolina lateral também melhorou a navegabilidade do barco, só faltou um velejador experiente avaliar a manobrabilidade.
Foi um excelente domingo, fico grato ao Francisco e ao Flávio que me proporcionaram a oportunidade de desfrutar do barco e da companhia deles.








segunda-feira, 23 de maio de 2011

Flotilha Hidroglass

Mais um encontro de caiaques a vela no Rio de Janeiro, o Genilson da Hidroglass está arrasando, por lá as coisas estão andando.

Detalhes no blog do Danilo VeleiroK

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Quer aprender a velejar?

Se quer aprender a velejar, leia o texto postado no blog nanoVELEIROS pelo Flávio Medeiros, muito didático.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Encontro da flotilha de caiaques a vela do Rio de Janeiro

No domingo dia 01/05 o Danilo promoveu o encontro dos caiaques a vela em Maricá no Rio de janeiro, pelos vídeos podemos ver o caiaque a vela da Hidroglass velejando, eles estão preparando uma versão de dois lugares do caiaque, enquanto não chega vejam fotos e vídeos do evento no blog do Veleiro K. Pena que o veleiro K ficou em terra.

sábado, 9 de abril de 2011

Visita do José Francisco e do Flávio

Hoje o José Francisco e o Flávio (do caiaque a vela CD00) vieram a Ribeirão Pires para um passeio, conversamos um pouco sobre nossos projetos e fomos para a água.


Caiaque CD00

Montamos os barcos e iniciamos a velejada, inicialmente o vento estava fraco, más logo aumentou e pudemos aproveitar nossas velas, de cara ficou evidente a maior performance do CD00 em relação ao bote inflável, não era para ser diferente, o casco esguio do CD00 com suas amas de tubo de PVC deslizava sobre a água, enquanto o bote de fundo plano e molengo se arrastava sobre a água.
Desta vez ficou claro que terei que mudar o conceito, mesmo nas rajadas mais fortes o bote não desenvolvia velocidade, ficou claro também que no contra-vento ele não anda, tive que ser rebocado para retornar ao ponto de partida, mesmo mudando um pouco o ângulo das bolina a manobrabilidade continuou prejudicada, passada a euforia do primeiro passeio, pude observar o comportamento do barco com mais racionalidade.
O leme-remo está funcionando bem somente quando a vela está no mesmo lado que ele, quando mudamos de posição fica muito ruim, é necessário muita força para manter o rumo, a posição do braço fica muito incômoda.
Tudo isso ficou mais evidente quando eu fui dar uma volta no CD00, o leme responde imediatamente, uma pequena brisa movimenta o barco, no vento de travez é uma maravilha, o barquinho anda que é uma beleza e corta as marolas geradas pelos jetskis tranquilamente.
Fiz uma comparação de velocidade, o bote atingiu um máximo de 5 Km/h, em condições de vento semelhantes o CD00 atingiu 12 Km/h.
Bom, agora decidi que usarei meu caiaque para construir um novo microveleiro, aguardem novos capítulos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Primeiro passeio



O vento não ajudou, vinha em rajadas variáveis em velocidade e direção, más já deu para ter uma idéia do comportamento do barco. Isso é uma característica do lugar, e eu tinha o mesmo problema com o Magnum, um vizinho que voa de asa delta disse que o problema é que temos dois morros na passagem do  vento, então quando o vento ultrapassa o morro ele encontra a água e esse encontro causa turbulência, tanto que em um certo ponto a gente vai velejando com vela cheia e de repente o barco para e a vela fica panejando, isso aconteceu hoje e acontecia com o Magnum.

A vela funcionou bem, porém, acho que o fundo plano e flexível do barco causa um arrasto muito grande, em rajadas fortes ele se arrastou pela água, más como o vento não estava constante, isso pode ter atrapalhado um pouco, eu levei o GPS e no momento que atingiu a velocidade mais alta estava a 5 Km/h.
Eu comecei com dois leme/remos, más logo vi que eu não ia utilizar os dois, me atrapalhei um pouco, quando eu desisti dos dois, deixei um na água, nas cambadas ele se enroscou embaixo do barco e começou a frear o barco, em algum momento em que eu tentava desenroscá-lo ele furou o barco, começou um apitinho, aí eu me apavorei, como o vento não tava ajudando, eu tirei uma bolina e comecei a remar com ela, só que o barco não ia prá frente e eu escutando aquele chiado, achei que ia afundar com tudo, porém eu fiquei brigando com o remo por alguns minutos e percebi que o barco não se desfazia, então comecei a velejar novamente e consegui retornar à margem, achei o furo, é visível más pequeno, dá prá consertar.

Desmontei o leme/remo assassino de inflável e enchi novamente o barco e voltei para a água, com apenas um leme/remo achei mais fácil, o outro deixei no barco para o caso de precisar remar. Acho que vai ficar com um só mesmo.
As partes de PVC não torcem muito, o leme/remo é um pouco flexível e dependendo das condições ele vibra um pouco, más não atrapalha, só achei um pouco pesado, quando o vento é forte faz bastante força, talvez eu precise reajustar as dimensões, más isso é fácil.
A retranca ficou um pouco baixa, fica na altura da minha cabeça, não atrapalha muito, más quando eu peguei um vento mais forte com a tendência de orça a ponta da retranca chegava na água, talvez aumentando a altura do mastro melhore, más isso não traz problemas.

No vento forte, apesar da retranca tocar a água, o barco se manteve horizontal, é claro que um pouco torcido, más não ameaçou tombar nenhuma vez, isso me dá segurança para colocar uma criança para velejar, eu fiquei em pé, e na hora do furo, me mexi prá lá e prá cá e o barco nem ligou, ficou lá flutuando, isso eu gostei.
Bom, resumindo eu gostei, agora eu vou remendar o furo, fazer alguns ajustes e talvez amanha eu consiga dar mais uma volta.



Construção do Kit

Para o mastro usei tubo redondo de alumínio diâmetro 1 ½ “, eu queria usar 1 ¼” más na loja não tinha.
Para a retranca e a espicha usei tubo de alumínio de 1/2”, no momento está agüentando, ele verga um pouco, más no futuro vou trocar por tubo de 3/4".
Para a armação usei tubo de PVC marrom de 40mm, impressiona de tão forte que é.

Usei um T para o copo do mastro e cotovelos, para encaixar nos suportes de remo eu usei dois T de 40mm/32mm.

Como não dá para fazer um rasgo no meio do barco para colocar uma bolina, nesses barcos infláveis são usadas duas bolinas laterais, eu usei pás de remo que eu tinha desde os tempos que queria fazer o barco a pedal, tive que tirar a curvatura das pás, eu fervi água e mergulhei a pá por alguns minutos na água fervendo, aí foi só pressionar a curva ao contrário utilizando uma toalha, e usei tubos de PVC marrom de 32mm, cotovelos e junta roscável, assim eu posso desmontar as bolinas facilmente, e na hora de velejar é só apertar a porca e a bolina fica na posição. Vale destacar que a distância entre o mastro e as bolinas depende do formato e tamanho da vela, as bolinas na posição de velejar devem ficar no ponto de maior força da vela, no meu caso coincidiu com o suporte de remos pois eu ainda ia fazer a vela.

Então parti para a vela, usei Nylon paraquedas, desses usados para fazer mochilas e pipas, não sei se é realmente usado em paraquedas. Comprei 3 metros de branco, amarelo e azul, não usei tudo, poderia ter sido 1,7m das cores usadas nas laterais. Pode ser usado também a lona leve da alpargatas que é relativamente leve e resistente, nos Estados Unidos existe um material similar chamado Polytarp, ambos tem duas camadas de plástico reforçadas com fibras internas, a diferença é que a Lona Leve tem as fibras em um único sentido e o Politarp tem duas camadas de fibras, uma no sentido vertical e outra no horizontal, além disso pode pular a etapa de unir os painéis pois tem em medidas grandes.
Fui até a garagem do meu sogro e estendi os tecidos, cortei as franjas em todo o comprimento e uni com fita dupla face de 1 cm, daquelas mais fininhas mesmo, então eu cortei em volta para ficar mais fácil marcar o desenho da vela, eu usei as medidas que o próprio Jim Lucket, dono da SailBoatsToGo me mandou por email, só converti para centímetros.
Vou tentar explicar, cortei o tubo de 1/2" no meio, ele vem com 6m, então eu obtive duas partes iguais de 3m, uni as partes com um parafuso e usei como régua para marcar o tecido, quando eu fui marcar percebi que eu não conseguia marcar com grafite, então eu usei carvão, não é bom, suja tudo, eu recomendo que se compre um giz de alfaiate (não sei se ainda existe), marquei um triângulo com 3,6m de base e dois lados de 2,89m (trigonometria bem básica do colegial), feito isso, marquei a curva que dá o perfil da vela, para isso marquei 4 intervalos de 30,5 cm depois 2 de 22,5 e mais 4 de 30,5cm, iniciei pela borda inferior com 10cm perpendiculares à linha marcada, na sequencia as medidas foram 11,5; 12,5; 14; 15; 16cm, aí vai diminuindo de novo 15; 14; 12,5; 11,5 e 10cm, marcados os pontos, tracei uma curva ligando esses pontos, fiz a mesma coisa do outro lado. Marquei as aberturas para os acessórios e cabos, são 3, eu fiz um retângulo de 5x20cm, do lado esquerdo eu fiz dois, um a 28 cm do vértice e outro a 280cm do vértice, mais ou menos no centro entre a linha reta e a curva, do lado direito eu marquei a 124,5cm do vértice.

Cortei tudo, e colei fita dupla face ao longo d linha reta, também colei na base do triângulo para fazer uma barra. O vértice superior eu cortei um pouco, ou seja não deixei a ponta, para que os tubos pudessem ser colocados.
Para costurar minha esposa usou uma máquina de costura comum com linha de poliamida, todo o processo com duas costuras em zigzag, primeiro costurou a união dos painéis, depois costurou reforços nos vértices e nas aberturas e também costurou a barra na testa da vela, aí foi a hora de colar a parte arredondada da borda com a parte reta, nessa hora tem que tomar cuidado, porque vão se formar franzidos, então temos que distribuir os franzidos por igual ao longo do tecido, senão quando a vela estiver pronta se tiver um franzido muito grande pode causar turbulência e perder eficiência. Aí foi só costurar a curva. Por fim costuramos tiras de nylon, tipo alça de mochila, uma em cada vértice e duas no topo, formando um passador para amarrar os cabos que esticam a vela.
Uma dica, a agulha fica melecada com a cola da fita dupla face, então limpe a agulha com álcool quando começar a melecar, desta forma a linha não emperra.
Depois de costurada a vela foi só inserir os tubos, passar cabos e amarrar tudo, para amarrar na ponta da retranca e da espicha eu usei abraçadeira de inox, na junção dos tubos amarrei direto no parafuso.

No espaço mais próximo do vértice eu amarrei uma argola de madeira que passa pelo mastro, no espaço superior eu amarrei um cabo que vai passar por uma roldana fixada no topo do mastro, e no espaço que sobrou eu amarrei a escota.


O próximo passo foi construir o leme, eu estou utilizando o steering oar, eu chamo de leme/remo, utilizei tubo de PVC de 32mm, cortei 2 tubos de 1,20m e encaixei nas pás de remo sem a curvatura, feitos os dois leme/remos.
Para o suporte, usei outro tubo de 32mm, eu medi a largura do barco e deixei mais 20cm de cada lado para poder manobrar os leme/remos. Fiz dois furos para passar parafusos nos encaixes do suporte de motor do barco, eu usei dois parafusos de plástico de um reparo de descarga de banheiro que eu tinha aqui. Fiz também mais dois furos a uns 5cm das pontas do tubo para passar os pivôs dos leme/remos.
Para o pivô de cada leme/remo eu usei um tarugo de nylon de uns 10cm, furei para passar parafusos de forma que embaixo do suporte fica um parafuso, logo acima mais um, fixando assim o pivô no suporte e mais um mais longe do suporte para fixar a abraçadeira que prende o cabo do leme/remo, eu usei arruelas de nylon do mesmo reparo de descarga para facilitar o movimento.
As abraçadeiras eu fiz com PVC, eu cortei 4 tiras do tubo de 40mm, esquentei e fiz a curvatura, depois furei para fixar no pivô e em cima para prender o cabo do leme/remo.



Preenchi todos os tubos com poliuretano expansível (encontrado nas casas de material de construção) para não entrar água e se necessário flutuarem.
Montei tudo e fui velejar. 
O barco tem que estar bem cheio de ar, pois quando você o coloca na água, devido à menor temperatura, a tendência é diminuir a pressão e o barco pode ficar meio mole.

História do meu barco inflável a vela

Em 2001 mudei para bem perto da represa Billings e comecei a me interessar por barcos, em uma visita ao Sams Club, talvez lá por 2002 ou 2003, eu comprei o bote Seahawk Intex, dei algumas remadas na represa. Comecei a ter algumas idéias malucas de por pedais ou motor elétrico, não desenvolvi nada. 

Algum tempo depois um visinho me deu 2 flutuadores de HobieCat, que estavam encostados, um deles com os suportes do trapézio quebrados, porém eram muito pesados para qualquer invenção minha, nessa altura eu já tinha encontrado muito material sobre barcos a pedal na internet e uma única foto de um caiaque com vela sem indicação do dono ou local.
Um dia passando pela Casa do Caiaque em Santo André (não existe mais), entrei e ofereci os flutuadores em troca de um caiaque novo, o proprietário aceitou, então saí com um novo e um usado que eu comprei, lá mesmo ele me mostrou um casco em fibra de vidro de um pequeno barco a vela que ele estava desenvolvendo com um engenheiro naval, nunca mais tive notícias.
Fiz alguns passeios, sempre curtos, com o caiaque, e continuei pesquisando barcos na internet.
Em 2004 eu conheci a SailBoatsToGo e me impressionei pois entre diversas fotos de barcos infláveis, canoas e caiaques com velas, existia um com dimensões idênticas ao meu Seahawk, comecei então a me interessar por vela e imaginar se conseguiria montar um kit.
No mesmo ano, em uma reunião da empresa em que eu trabalhava, fomos para o Club Med de Itaparica, lá eu tive a primeira oportunidade de velejar, eram veleiros Laser Pico, de Plástico Rotomoldado, muito leves, más o que interessa é que depois de algumas orientações sobre o barco e vento, eu subi no barco com o instrutor então ele disse : caça a escota, neste momento o barco começou a andar, eu tive uma sensação muito boa, o vento era forte e constante e o barco voava sobre a água, neste momento decidi que teria um barco.
O tempo foi passando e eu não montei meu kit de vela, continuei pesquisando e um dia encontrei o Max no Orkut, que tinha feito um kit com vela de WindSurf e flutuadores de PVC para um caiaque de plástico, logo em seguida eu conheci o Danilo, acho que foi através da comunidade do Max Como construir caiaque a vela, então ele criou a comunidade Velejar Caiaque a Vela e Canoa no Orkut, o Danilo começou a desenvolver o Veleiro K e eu só navegava na internet.
Em 2007, comprei o veleiro Magnum 422, velejei algumas vezes na Billings, meu sogro me acompanhava, porém algum tempo depois ele teve que operar os dois ombros, então não me acompanhava mais, fiz alguns passeios mais, às vezes algum vizinho ia junto,aí a compania foi rareando e eu parei um pouco de velejar.
O Magnum, do tamanho de um Laser, é muito grande, para por e tirar da água precisava de carreta, ocupa um espaço considerável da garagem, eu queria um barco menor, mais fácil de transportar, um microveleiro.
Agora em 2011 vendi o Magnum e me decidi a levar à frente a montagem do Kit de vela para o bote Seahawk, vale destacar que nesses anos todos desde que conheci o Danilo ele nunca deixou de me incentivar a tocar o projeto.
Um dia vi no Blog do Danilo o caiaque do Flávio e do José Francisco Caparroz, combinei com eles de conhecer o caiaque, depois de dar uma volta me senti na obrigação (comigo mesmo) de fazer o meu, já faziam anos que eu estava adiando, então comecei, decidi que seria baseado no kit da SailBoatsToGo.
Assim que minhas férias começaram fui atrás do material, tubo de alumínio, peças em PVC, Nylon para a vela, etc.
Então comecei a construção.